O povo católico de tradição romana tem grande dificuldade em perceber o profundo sentido e valor da palavra de Deus na Liturgia. Normalmente, ainda damos muito pouca importância a ela. Compreende-se. É o resultado de uma herança de mais de mil anos, vinda de uma prática litúrgica em que, nas celebrações, a Palavra quase não conta va. Ela era lida, sim, na missa. Mas só pelo padre, em voz baixa (apenas para ele!), em latim, lá longe no altar, e de costas para o povo. O povo não ouvia nada do que o padre lia. Não tinha contato, portanto, com a Palavra naquele momento. Isso durou praticamente todo o segundo milênio, até o Concílio Vaticano II , que recupera a tradição do primeiro milênio, que dava à Palavra um valor tão grande quanto à Eucaristia. A Constituição “Sacrosanctum Concilium” sobre a Liturgia, do citado Concílio, resgata para nós a consciência antiga da presença viva de Cristo na assembléia dos cristãos, de modo particular “pela sua palavra, pois é Ele mesmo que fala quando s