Pular para o conteúdo principal

Encerramento do Ano da Fé

Na manhã deste 24 de novembro, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo,  Rei do Universo, o Papa Francisco presidiu a Celebração de Clausura do Ano da Fé. Na ocasião, foram expostas as relíquias do Apóstolo São Pedro. Em nossa Arquidiocese o encerramento se deu na última sexta em Celebração na Catedral presidida pelo Arcebispo Metropolitano, D. José Antônio e hoje em todas as paróquias nas celebrações serão de encerramento da Ano da Fé.
A solenidade de Cristo Rei do universo, que hoje celebramos como coroamento do ano litúrgico, marca também o encerramento do Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI, para quem neste momento se dirige o nosso pensamento cheio de carinho e de gratidão por este dom que nos deu. Com esta iniciativa providencial, ele ofereceu-nos a oportunidade de redescobrirmos a beleza daquele caminho de fé que teve início no dia do nosso Batismo e nos tornou filhos de Deus e irmãos na Igreja; um caminho que tem como meta final o encontro pleno com Deus e durante o qual o Espírito Santo nos purifica, eleva, santifica para nos fazer entrar na felicidade por que anseia o nosso coração.
Relíquias do Apóstolo Pedro
Desejo também dirigir uma cordial e fraterna saudação aos Patriarcas e aos Arcebispos Maiores das Igrejas Orientais Católicas, aqui presentes. O abraço da paz, que trocarei com eles, quer significar antes de tudo o reconhecimento do Bispo de Roma por estas Comunidades que confessaram o nome de Cristo com uma fidelidade exemplar, paga muitas vezes por caro preço.
Com este gesto pretendo igualmente, através deles, alcançar todos os cristãos que vivem na Terra Santa, na Síria e em todo o Oriente, a fim de obter para todos o dom da paz e da concórdia.
As Leituras bíblicas que foram proclamadas têm como fio condutor a centralidade de Cristo: Cristo está no centro, Cristo é o centro. Cristo, centro da criação, do povo e da história.
1. O Apóstolo Paulo, na segunda Leitura tirada da Carta aos Colossenses, dá-nos uma visão muito profunda da centralidade de Jesus. Apresenta-O como o Primogênito de toda a criação: n’Ele, por Ele e para Ele foram criadas todas as coisas. Ele é o centro de todas as coisas, é o princípio: Jesus Cristo, o Senhor. Deus deu-Lhe a plenitude, a totalidade, para que n’Ele fossem reconciliadas todas as coisas (cf. 1, 12-20). Senhor da criação, Senhor da reconciliação.
Esta imagem faz-nos compreender que Jesus é o centro da criação; e, portanto, a atitude que se requer do crente – se o quer ser de verdade - é reconhecer e aceitar na vida esta centralidade de Jesus Cristo, nos pensamentos, nas palavras e nas obras. Quando se pede, assim, os nossos pensamentos serão pensamentos cristãos, pensamentos de Cristo. As nossas obras serão obras cristãs, obras de Cristo, as nossas palavras serão palavras cristãs, palavras de Cristo. Diversamente este centro, substituindo-o por outra coisa qualquer, disso só derivam danos para o meio ambiente que nos rodeia e para o próprio homem.
2. Além de ser centro da criação e centro da reconciliação, Cristo é centro do povo de Deus. E hoje mesmo Ele está aqui, no centro da nossa assembleia. Está aqui agora na Palavra e estará aqui no altar, vivo, presente, no meio de nós, seu povo. Assim no-lo mostra a primeira Leitura, que narra o dia em que as tribos de Israel vieram procurar David e ungiram-no rei sobre Israel diante do Senhor (cf. 2 Sam 5, 1-3). Na busca da figura ideal do rei, aqueles homens procuravam o próprio Deus: um Deus que Se tornasse vizinho, que aceitasse caminhar com o homem, que Se fizesse seu irmão.
Cristo, descendente do rei David, é precisamente o «irmão» ao redor do qual se constitui o povo, que cuida do seu povo, de todos nós, a preço da sua vida. N’Ele, nós somos um só; um só povo unido a Ele, partilhamos um só caminho, um único destino. Somente n’Ele, n’Ele por centro, temos a identidade como povo.

3. E, por último, Cristo é o centro da história da humanidade e também o centro da história de cada homem. A Ele podemos referir as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de que está tecida a nossa vida. Quando Jesus está no centro, até os momentos mais sombrios da nossa existência se iluminam: Ele dá-nos esperança, como fez com o bom ladrão no Evangelho de hoje.
Enquanto todos os outros se dirigem a Jesus com desprezo – «Se és o Cristo, o Rei Messias, salva-Te a Ti mesmo, descendo do patíbulo!» –, aquele homem, que errou na vida, no fim agarra-se arrependido a Jesus crucificado suplicando: «Lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino» (Lc 23, 42). E Jesus promete-lhe: «Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso» (23, 43): o seu Reino. Jesus pronuncia apenas a palavra do perdão, não a da condenação; e quando o homem encontra a coragem de pedir este perdão, o Senhor nunca deixa sem resposta um tal pedido. Hoje todos nós podemos pensar na nossa história, no nosso caminho. Cada um de nós tem a sua história; cada um de nós tem também os seus erros, os seus pecados, os seus momentos felizes e os seus momentos sombrios. Neste dia, far-nos-á bem pensar na nossa história, olhar para Jesus e, do fundo do coração, repetir-lhe muitas vezes – mas com o coração, em silêncio – cada um de nós: «Lembra-Te de mim, Senhor, agora que estás no teu Reino! Jesus, lembra-Te de mim, porque eu tenho vontade de me tornar bom, mas não tenho força, não posso: sou pecador, sou pecadora. Mas lembra-Te de mim, Jesus! Tu podes lembrar-Te de mim, porque Tu estás no centro, Tu estás precisamente no teu Reino!». Que bom! Façamo-lo hoje todos, cada um no seu coração, muitas vezes: «Lembra-Te de mim, Senhor, Tu que estás no centro, Tu que estás no teu Reino!»
A promessa de Jesus ao bom ladrão dá-nos uma grande esperança: diz-nos que a graça de Deus é sempre mais abundante de quanto pedira a oração. O Senhor dá sempre mais – Ele é tão generoso! –, dá sempre mais do que se Lhe pede: pedes-Lhe que Se lembre de ti, e Ele leva-te para o seu Reino! Jesus é precisamente o centro dos nossos desejos de alegria e de salvação. Caminhemos todos juntos por esta estrada!
Homilia do Papa Francisco na Celebração de Encerramento do Ano da Fé
Fonte: Vaticano - © Copyright - Libreria Editrice Vaticana











Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Agradecimento aos dizimistas

O Dízimo é um mandamento bíblico. Como tal, ele é também um direito que todo cristão tem de ofertar uma parcela de seus rendimentos, como meio de agradecer a Deus e de colaborar com sua Igreja. Dízimo é um sinal de compromisso de fidelidade com Deus, com a Igreja e com os pobres. Jesus, na sua bondade infinita, instituiu a sua Igreja, para ela evangelizar, catequizar, servir e santificar. E para que ela possa desempenhar a sua vocação evangelizadora no mundo, necessita de recursos materiais e esses recursos devem provir de nós, seus filhos, que somos e formamos a Igreja viva de Cristo aqui na terra.  Com o dízimo você ajuda a transformar a Igreja para que ela seja cada vez mais unida e fraterna, a fim de que possa cumprir sua missão evangelizadora como Jesus a quer.  Agradecemos a você, dizimista, pela sua generosa colaboração. Graças a ela, está sendo possível manter as Pastorais e a Evangelização. De modo especial estaremos rendendo louvor a Deus por todos os dizimistas no dia 21

Parabéns! Padre Leonardo Wagner, pároco de Eusébio - Paróquia Sant Ana e São Joaquim

Recebi hoje a notícia, já esperada, da nomeação de Pe. Leonardo Wagner, CCSh para pároco de Eusébio-CE, ele atuou como Vigário Paroquial de Guaiúba-CE, ainda na Comunidade de Aliança Shalom não é tão conhecido pelas "curas" como o Pe. Antônio Furtado, mas, pelos jovens do Acamps, pela sua maneira ímpar de evangelizar e atrair para Deus a juventude. De modo particular o conheci quando o mesmo era seminarista e coordenava a Liturgia Shalom, na época impecável, sempre carismático e zeloso com a casa de Deus, inclusive ao lado de Janice Dantas, secretária da liturgia na época, reformou a sacristia shalom da paz (transformando a antiga sala em sacristia-pequeno sagrado). Além da sacristia, na sua gestão, foi abençoado o conjunto presbitério -  Altar, Ambão e Sédia. Quem o conheceu e viveu este tempo, na liturgia shalom, sabe o quanto Pe. Leonardo foi e é importante para cada um que conviveu este tempo de graça. Parabéns, Pe. Leonardo, seja realmente, o que Deus quis para você, pas

Roteiro celebração para o 18o. do tempo comum - dia dedicado a vocação sacerdotal

Paróquia Cristo Redentor 18º. DOMINGO DO TEMPO COMUM ABERTURA DO MÊS VOCACIONAL - Dia dedicado a vocação sacerdotal RITOS INICIAIS Irmãos e irmãs, mais um domingo, dia do Senhor, dia em que nos reunimos para celebrar a nossa fé no Cristo Ressuscitado. Neste domingo, por meio de sua Palavra, Deus nos convoca a revermos nossas opções e nos ensina a colocar toda a nossa confiança no Senhor que é refúgio e proteção. O mês de agosto é, na Igreja do Brasil, um tempo dedicado mais particularmente às vocações. Neste primeiro domingo, lembramos os ministérios ordenados: bispos, padres e diáconos. (Neste momento pode-se lembrar o nome dos padres de nossa paróquia.) Alegres por todos os sacerdotes que se doam a serviço do Reino e por todos os motivos que nos levam a celebrar a nossa fé e vida, cantemos. LITURGIA DA PALAVRA A Palavra de Deus é luz para os nossos olhos e sustento para os nossos pés. Quem dela se alimenta consegue discernir e criticar tudo o que não conduz à plena realização huma